sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Debate ou palanque político?


Ontem à noite tive a oportunidade de assistir ao primeiro debate dos presidenciáveis, onde houve a participação dos quatro candidatos dos partidos que possuem representatividade na câmara federal.
Dizem que a primeira impressão é a que fica, entretanto ......
Fiquei impressionado com a verborragia política do impressionante e notório intelectual Plínio de Arruda Sampaio.
Visivelmente incomodado com a polarização dos questionamentos entre os dois principais candidatos, soltou o verbo com idéias que mais lembram o bolchevismo russo, apresentando soluções para alguns problemas brasileiros, que atingem direitos fundamentais consolidados na república, como o direito de propriedade.
Fiquei pensando como ele conseguiria implantar seu programa de governo sem transformar o país numa autocracia.
Marina Silva me transpareceu ser aquela professora muito inteligente, amável, com boas idéias, ideais meritórios, mas sem aquela profundidade necessária àqueles que querem governar um país tão diverso quanto o nosso. Os problemas brasileiros não são somente os problemas da Amazônia.
Sei de sua caminhada como cidadã e de suas lutas. Eu tranquilamente votaria nela para diretora da escola de minhas filhas.
José Serra é o mesmo de sempre. Tenta ser simpático para as câmeras de televisão, embora transmita uma profunda amargura por pertencer ao gênero humano.
É daqueles que acredita na insistência. Claro que não quis fazer comparativos entre o governo FHC e o governo Lula. Fiquei com a impressão de que os dois governos são muito mais parecidos do que as bases partidárias pregavam antes de chegar ao poder.
Dilma Rousseff, cada vez mais repaginada, passou o tempo todo procurando o Lula pelo canto dos olhos, como se em algum momento o mandatário maior pudesse chegar ao seu encontro e salvá-la do martírio de ter que debater com políticos profissionais.
Fica difícil defender idéias sem traquejo político.
Tropeçava nas palavras, dosando afirmações e não acrescentando nada de novo ao modelo que está em andamento. Mais parecia uma substituta que não vê à hora do titular reassumir o cargo. Tenho convicção que se eleita, contará os dias para que Luiz Inácio retorne “nos braços do povo”, em 2015.
De concreto, nenhum deles apresentou ou fez afirmações de como resolver problemas cruciais para o povo brasileiro.
Como remodelar o sistema de saúde pública ???????
Como reavaliar o modelo de segurança pública em nosso país ?????????
E a carga tributária como ficará ????????
Planos para o déficit habitacional ???????????
E a dívida interna, como saneá-la ??????????
Estas e outras perguntas receberam as velhas respostas de sempre, ou seja, quase nada, somente respostas prolixas na velha forma de falar muito sem dizer nada.
Espero que tenhamos mais oportunidades de receber informações concretas sobre “como fazer” e não somente “se eleito farei”.
Confesso que fica muito difícil direcionar meu voto para qualquer um dos candidatos, até o momento.
Um fraternal abraço.

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