quarta-feira, 23 de outubro de 2013

DE DICK TRACY PASSANDO POR MENGUELE ATÉ KUBRICK

(O que isso tem à ver com os testes em animais?)

Pode parecer estranho, mas no meu modo de pensar tem tudo à ver.

Dick Tracy, na minha infância era a imaginação solta para um futuro onde as pessoas utilizariam vídeo fones em seus pulsos para se comunicar. O futuro chegou e ultrapassamos este tipo de comunicação para tecnologias inimagináveis.

Menguele, médico e cientista alemão, fortemente identificado com o regime nazista, foi um dos maiores monstros do regime de extermínio de judeus, ciganos, negros e outros segregados listados pela mente doentia de Hitler. Em nome da “ciência” e dentro da “legalidade” do regime nazista, efetuou testes “científicos” monstruosos em seres humanos. Era "legal" mas completamente abominável, imoral e repudiado até hoje pela comunidade científica.

Stanley Kubrick por sua vez, foi um gênio do cinema capaz de criar obras primas cinematográficas com destaque para o futurista “2001 uma Odisseia no Espaço”.
Mas o que isto tem à ver com a utilização ou não utilização de cães e outros animais em pesquisas?

Sempre acreditei que o ser humano desenvolveria métodos científicos e tecnológicos, principalmente quando ultrapassássemos a barreira do século 21, que nos levariam a utilização de alta tecnologia em todas as áreas do progresso, comunicação, cibernética, medicina e, principalmente, na pesquisa científica.
Entretanto observo que, no caso da pesquisa científica, especificamente farmacológica, continuamos a utilizar de métodos “menguelistas”, em detrimento de avanços sonhados por Kubrick em tempos de Dick Tracy.
 
A pesquisa com emprego de animais é utilizada desde antes de Menguele. Passados quase um século, continuamos utilizando este método legal, no “stricto sensu” de legalidade, mas abominável pela ética e moralidade adquiridas com o progresso da consciência humana de respeito e consideração com todas as espécies animais, onde não nos excluímos da grande fauna planetária.
Aos cientistas, defensores dos progressos conquistados às custas do sofrimento de outras espécies, ficam alguns questionamentos:
 
Quantos animais foram “descartados”, para não falar mortos, em seus laboratórios, pelo simples fato de um pequeno equívoco humano em dosagens?
 
Quanto sofrimento foi imposto à estes mesmos animais com experiências dolorosas que impossibilitaram a utilização de anestésicos, uma vez que estes fármacos (anestesia) interfeririam nos resultados das pesquisas?
 
Quantos testes realizados em animais que, se realizados em seres humanos, seriam enquadrados como tortura, aos moldes do que fez Menguele?
 
Pergunto ainda se esta mesma ciência, que alega evolução na indústria farmacológica e, desprezivelmente também cosmética, em virtude da possibilidade de testes com animais, é tão incompetente ao ponto de ainda ter a necessidade bárbara de utilização de testes em seres vivos, em detrimento de tecnologias já descobertas desde o século passado, ou tudo é uma questão econômica, ao estilo utilizo animais porque é mais barato para a minha empresa?

A fisiologia dos animais-cobaias é indiferente na farmacologia humana?

O que percebo é que poucos avanços e muitos atrasos científicos podem ser creditados as pesquisas com utilização de animais, quem mais lucra com isto é a indústria cosmética pois, na farmacologia erros absurdos foram causados como a Talidomida.

Em pleno século XXI, com todas as possibilidades tecnológicas e científicas para pesquisas, a única justificativa para continuarem a utilizar animais em laboratórios é a justificativa econômica. Fazem porque não querem gastar dinheiro em métodos de pesquisa mais caros. Deixem a hipocrisia de lado e assumam que tudo é uma questão de lucro e que o que menos importa neste momento, é quanto sofrimento causam à outras espécies animais.
Desculpem meus amigos, mas aquele sonho de criança, da época do Dick Tracy, aquele futuro desenhado nas telas do cinema nas obras de Kubrick, ao ver o que ocorre nos “laboratórios royais” da vida, muito se assemelha às pesquisas científicas desenvolvidas por Menguele nos campos de concentração nazistas.
 
Mas como sempre digo, respeito e admito qualquer opinião contrária, somente não concordo.

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